O estudo, intitulado “Raio-X da Carreira de Delegado de Polícia” e conduzido pelo Instituto Datapim, entrevistou 711 delegados, tanto ativos quanto aposentados, em todo o estado de São Paulo. De acordo com os resultados, 74% dos delegados acreditam que o governador Tarcísio Gomes de Freitas deve dar mais atenção ao reajuste salarial, tornando os salários compatíveis com os pagos em outros estados.
Atualmente, São Paulo ocupa o 22º lugar no ranking de vencimentos entre as 27 unidades da federação. Comparando com o estado de Mato Grosso, que remunera melhor seus delegados, os policiais paulistas recebem mais de R$10 mil a menos.
A pesquisa também revelou que 6 em cada 10 delegados já tiveram ou têm alguma atividade extra para complementar a renda, sendo que metade deles aponta impactos negativos no rendimento do trabalho policial e na saúde física e mental devido ao excesso de trabalho. A presidente do Sindpesp, Jacqueline Valadares, destaca a urgência de uma reposição salarial digna para os delegados de São Paulo.
Além disso, a evasão na carreira de delegado também preocupa. Mesmo com a recente nomeação de novos policiais civis, o efetivo ainda está abaixo do necessário. O déficit de profissionais na Polícia Civil, que antes era de 17 mil, agora está em 13 mil. Recentemente, o Diário Oficial do Estado tornou sem efeito a nomeação de 337 policiais civis que desistiram de integrar a instituição, citando condições de trabalho precárias e salários incompatíveis como motivos.
Jacqueline ressalta a importância do governo adotar medidas para reverter essa situação grave, que compromete a atividade da Polícia Judiciária e a segurança da população. Ela faz um apelo para o governador Tarcísio Gomes de Freitas honrar seu compromisso de campanha e valorizar os profissionais da Segurança Pública, resgatando a dignidade salarial desses profissionais.