De acordo com o estudo, os manguezais devem ser incluídos no programa Redd+ das Nações Unidas, que visa recompensar financeiramente os países por suas medidas de redução de emissões decorrentes do desmatamento. Comparando com as propostas de redução de desmatamento em outros biomas, a inclusão dos manguezais amazônicos no programa Redd+ pode ser três vezes mais eficaz na redução das emissões de gases estufa.
Os manguezais possuem um estoque de carbono quatro vezes maior do que a floresta amazônica, com a maior parte desse carbono armazenado no solo. Em termos numéricos, os manguezais podem armazenar até 468 megatoneladas de carbono por hectare, enquanto na Amazônia esse valor é de apenas 129 megatoneladas por hectare.
A proteção dos manguezais é fundamental para a mitigação das emissões de gases estufa, sendo mais eficaz do que a preservação de regiões florestadas. O governo federal anunciou recentemente a criação do Programa Nacional de Conservação e Uso Sustentável dos Manguezais do Brasil (ProManguezal), para proteger esses ecossistemas.
Os manguezais amazônicos são os mais extensos e bem preservados do mundo, porém, nos últimos anos, faltaram políticas públicas específicas para a preservação desses ecossistemas. Com base nos resultados desse estudo, os pesquisadores esperam que os manguezais sejam reconhecidos como ecossistemas de alta biodiversidade e valor agregado, destacando não apenas seu papel de estoque de carbono, mas também sua importância para a pesca, habitação e conservação da biodiversidade na região amazônica.
