Famílias criminosas: mitos e realidades das unidades familiares envolvidas em atividades ilícitas, segundo especialistas e pesquisas acadêmicas.

Em uma recente investigação sobre crimes organizados com base familiar, foi constatado que, mesmo com a polícia capturando alguns membros dessas famílias, eles podem facilmente ser substituídos por outros. De acordo com o pesquisador Jaraba, em muitos casos, esses indivíduos são convencidos a cooperar com as autoridades, seja por pressão ou de forma voluntária.

No entanto, o termo “clã” utilizado para descrever essas famílias é visto com ressalvas por especialistas. O cientista político argumenta que essas famílias extensas não são grupos homogêneos e que ao longo do tempo, as relações familiares se tornaram mais diferenciadas. Segundo suas pesquisas, o crime organizado por essas famílias nucleares não possui necessariamente “chefes de clã” que lideram as atividades criminosas.

Para a polícia, esses clãs são considerados “subculturas etnicamente isoladas”, uma definição contestada por Jaraba. Ele reconhece que parte dessas famílias vive de forma mais isolada em relação a aspectos sociais e culturais, mas enfatiza que nos locais onde a criminalidade é alta, não se pode falar em isolamento.

Durante suas entrevistas, o pesquisador descobriu que a maioria dos membros dessas famílias rejeita o crime e defende medidas eficazes de combate à criminalidade. No entanto, ele alerta para o perigo de generalizações, destacando que muçulmanos e integrantes de grandes famílias não devem ser automaticamente colocados sob suspeita.

Em resumo, as pesquisas de Jaraba revelam uma complexidade nas relações familiares envolvidas em crimes organizados, indicando a necessidade de uma abordagem mais cuidadosa e individualizada por parte das autoridades.

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