Serviços de saúde em Salvador sofrem com aumento da violência e postos de saúde são alvos de assaltos e suspensão de atendimento.

Recentemente, a cidade de Salvador tem sido palco de uma crise na área da saúde, que reflete a situação de segurança enfrentada pelo governo Jerônimo Rodrigues na Bahia. A medida que a disputa entre facções criminosas aumenta e a letalidade policial cresce, postos de saúde têm sido tomados por policiais armados, atendimentos têm sido suspensos e funcionários têm pedido transferência.

Até o momento, cerca de sete unidades da rede municipal de saúde em Salvador suspenderam o atendimento, seja por ocorrências dentro das próprias unidades, como assaltos, ou por episódios de violência nas proximidades, como tiroteios. Além disso, 13 postos tiveram o fim do expediente antecipado ou a suspensão do atendimento prolongada por conta de conflitos na região.

O Sindseps (Sindicato de Servidores Municipais) relata que desde o início da pandemia, casos de arrombamento e agressões contra os profissionais de saúde têm se tornado frequentes, mas a situação tem se agravado nos últimos meses. A entidade registrou, somente este ano, cerca de 20 casos de assalto, arrombamento e agressão em unidades de saúde espalhadas por Salvador, além de uma tentativa de feminicídio em uma Unidade Básica de Saúde no bairro turístico de Rio Vermelho, em agosto.

Em resposta a essa crise, policiais militares têm sido designados para garantir a segurança de alguns postos de saúde, assim como os agentes da Guarda Civil Municipal, que são escalados para fazer vigilância através de pagamento de horas extras. A Secretaria Municipal de Saúde informou que está em andamento um estudo para redimensionar o efetivo de vigilância necessário para acompanhar a criminalidade na região.

No entanto, o problema persiste e os assaltos e arrastões continuam acontecendo, principalmente nas unidades de saúde quando se formam filas de pacientes à espera de atendimento. Essa falta de segurança tem gerado um sentimento de medo entre os pacientes, como afirma Silvana Araújo, que já deixou de conseguir atendimento por não se sentir segura para chegar antes do horário de funcionamento da unidade.

Os profissionais de saúde também têm sido impactados pela falta de segurança, resultando em pedidos de transferência para áreas consideradas mais seguras. Além disso, muitos têm adoecido devido aos traumas e problemas psicológicos causados pelos episódios de violência vivenciados no ambiente de trabalho.

A situação revela as consequências da crise na segurança pública sobre a saúde da população. Mortes indiscriminadas e feridos por armas de fogo são apenas o ponto de partida, enquanto o sofrimento emocional e mental afeta as pessoas que vivem em áreas de risco, prejudicando sua saúde e bem-estar.

Diante desse cenário, a necessidade de implementar protocolos de gestão de risco e crise nos serviços públicos se faz urgente para garantir a segurança dos profissionais de saúde e o acesso adequado aos serviços pelos cidadãos das regiões periféricas. É preciso encontrar soluções efetivas para enfrentar essa crise e garantir a integridade de todos os envolvidos nesse processo.

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