Nos últimos meses, Loomis testemunhou um cenário de preços de frete disparados devido a uma série de distúrbios nos mares que agitaram os fluxos comerciais internacionais. Rebeldes houthis no Iêmen dispararam contra navios no Mar Vermelho, forçando desvios de rotas vitais como o Canal de Suez, o que prolongou as viagens marítimas em até duas semanas. Além disso, uma seca na América Central reduziu os níveis de água no Canal do Panamá, o que limitou o número de navios que podem passar pela via crucial.
O setor marítimo enfrenta agora ameaças de greves portuárias nos Estados Unidos, interrupções na Alemanha e paralisação iminente de ferroviários no Canadá. Todo esse cenário tumultuado no transporte marítimo está levando as transportadoras a aumentarem as tarifas e pode resultar em congestionamentos nas rotas, impactando negativamente a cadeia de suprimentos global.
Os importadores, que dependem do transporte marítimo, expressam preocupação com a repetição dos mesmos problemas enfrentados durante a pandemia, como o cancelamento de reservas confirmadas pelas transportadoras e a imposição de taxas adicionais. Além disso, a escassez de contêineres e o aumento exorbitante nos preços do frete estão prejudicando as operações comerciais de empresas ao redor do mundo.
O Conselho Mundial de Transporte Marítimo (WSC) argumenta que as tarifas refletem a demanda e oferta em um mercado global competitivo. No entanto, especialistas contestam essa afirmação, apontando a falta de concorrência nas principais rotas de transporte de contêineres e a possibilidade de as transportadoras aumentarem os preços de forma substancial quando o sistema está sob pressão.
Diante desse cenário desafiador, a incerteza no transporte marítimo está contribuindo para a elevação dos preços de transporte, o que pode impactar a economia global e até mesmo influenciar a eleição presidencial nos Estados Unidos. Como bem resume Stephanie Loomis: “Está tudo acontecendo de novo”.