Segundo o senador Plínio, diversos depoimentos e documentos apresentados no colegiado mencionam a FAS no que diz respeito ao uso de recursos públicos recebidos do exterior. Esse tipo de financiamento tem despertado a atenção de alguns parlamentares, como Plínio e o senador Marcio Bittar (União-AC), que levantam questionamentos sobre a preservação do interesse nacional e o benefício para as populações da região amazônica. Em um pronunciamento no Plenário em agosto, Plínio questionou o destino dos valores recebidos pela ONG por meio do Fundo Amazônia, que tem como objetivo captar doações de outros países para a preservação da floresta.
O presidente da CPI também chamou a atenção para o fato de que a FAS recebeu R$ 54 milhões do Fundo Amazônia. Ele quer saber quanto desse dinheiro foi efetivamente utilizado em benefício da população.
Além do depoimento de Viana, a reunião também terá a votação de dois requerimentos. O senador Nelsinho Trad (PSD-MS) solicitou uma diligência externa em Chapadão dos Parecis, no Mato Grosso, com o objetivo de conhecer a etnia indígena Haliti-Paresi. Para Nelsinho, as aldeias da região são um exemplo positivo do uso da agricultura pelos povos indígenas.
Outro requerimento que será analisado é o convite para o depoimento do presidente do Instituto Socioambiental (ISA), Marcio Santilli, solicitado por Plínio. Durante os trabalhos da CPI, o ISA recebeu críticas e menções em diversas ocasiões, como ocorreu em uma reunião com lideranças indígenas em junho.
A audiência está marcada para acontecer no plenário 6 da Ala Senador Nilo Coelho, no anexo II do Senado Federal.
A CPI das ONGs foi instalada em 14 de junho com o objetivo de investigar as atividades de organizações não governamentais financiadas com dinheiro público na região da Amazônia desde 2001. A comissão tem até 130 dias, pouco mais de seis meses, para concluir seus trabalhos.