Os autores destacam a complexidade do presidencialismo multipartidário brasileiro, com diversas instâncias decisórias e poderes de veto distribuídos entre diferentes órgãos. Para manter o equilíbrio entre a presidência forte e os órgãos de controle, como o Judiciário e o Ministério Público, a Constituição Federal concedeu ampla gama de poderes para garantir a proteção da democracia.
Ao abordar o impeachment de Dilma, os autores apontam que a mobilização popular, a crise econômica, os escândalos de corrupção e a perda de apoio no Congresso foram fatores determinantes, destacando a influência do movimento Lava Jato de forma secundária. A sobrevivência da democracia em meio a tempos polarizados é justificada pela estrutura institucional do país, que dificulta aventuras autoritárias.
No contexto do governo Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal teve papel essencial na defesa da democracia, enquanto o Legislativo impediu a aprovação de legislações que fragilizariam as instituições. Já em relação aos desafios de gestão do governo Lula, os autores apontam a falta de compartilhamento de poder com o Congresso Nacional e a excessiva utilização de mecanismos varejistas como obstáculos.
Fundamentado na literatura acadêmica da ciência política, o livro adota uma abordagem descritiva e otimista sobre o funcionamento do sistema político brasileiro. Recomendado para leitores interessados em entender os desafios e perspectivas da democracia no país.