MTGs dominam as paradas de sucesso: a revolução das montagens no funk brasileiro

As listas de músicas mais tocadas do Brasil têm sido dominadas por um termo até então pouco conhecido: MTG, que significa montagem. O destaque foi para a música “Quem Não Quer Sou Eu”, de Seu Jorge, remixada pelo DJ Topo, alcançando o topo no Spotify. Não foi a única, pois outras montagens também estão presentes nas listas de sucesso, como “MTG Quero Ver se Você Tem Atitude”, “MTG Quero te Encontrar” e “MTG Forró e Desmantelo”, entre outras.

Essas montagens, apesar de recentes no sucesso massivo do streaming, têm raízes antigas no funk, que remontam aos anos 1980 no Rio de Janeiro e ganharam força em Belo Horizonte na última década. O DJ Nazz, um dos pioneiros nessa arte, relembra os tempos em que os medleys eram feitos de forma artesanal, cortando e emendando fitas para criar novas músicas. A chegada de tecnologias como o mixer revolucionou os bailes, permitindo montagens ao vivo de forma mais dinâmica.

Essa tradição de montagens, que evoluiu para as MTGs, se tornou um marco do funk mineiro, mais focado em sons minimalistas e agudos, possibilitando a inserção de samples de forma criativa. DJ Anderson do Paraíso, uma referência nesse estilo em BH, destaca a importância das montagens feitas com vozes de diversos MCs combinadas com bases instrumentais criadas pelos produtores.

As MTGs têm ganhado destaque no cenário nacional e internacional, levando até músicas famosas a serem reinventadas ao estilo funk. Porém, surgem questionamentos sobre a originalidade e remuneração dos produtores, especialmente quando se trata de utilizar trechos de músicas consagradas. Apesar das polêmicas, as MTGs representam uma nova forma de expressão criativa dentro do funk, abrindo possibilidades para inovações e experimentações musicais.

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