O cenário na praia do Sol era de animação e descontração, com cadeiras de plástico lotadas, banhistas se refrescando na água da represa e um clima festivo no ar. Porém, o caminho até a água era marcado por vendedores ambulantes, lama e lixo, apesar da qualidade da água ser considerada própria para o banho pela Cetesb.
O local, que faz parte de um parque municipal, oferece opções de lazer como quadras de areia para prática esportiva e até mesmo bares e restaurantes que simulam o clima litorâneo. Esses estabelecimentos, no entanto, têm gerado polêmica entre os frequentadores da região. Enquanto alguns defendem a diversidade de opções e o aquecimento da economia local, outros criticam a “gourmetização” da área e a restrição do acesso livre às margens da represa.
A presença de bares, restaurantes e clubes no entorno da represa é permitida por lei, mas tem gerado um debate sobre a privatização e a fiscalização dos espaços públicos. Enquanto alguns moradores defendem mais investimentos do poder público na região, outros veem com bons olhos a expansão desses estabelecimentos comerciais.
No entanto, a questão do saneamento na região é um ponto de alerta há décadas, com a presença de vegetação flutuante que compromete a qualidade da água da represa. Organizações como a ONG Nossa Guarapiranga alertam para os impactos das ocupações irregulares no entorno, que contribuem para o problema.
Assim, a praia do Sol, que inicialmente era a alternativa de lazer de Gustavo Soares em um dia de folga, revela uma série de questões complexas que envolvem turismo, economia, meio ambiente e uso do espaço público. A diversidade de opiniões e interesses dos frequentadores e moradores da região evidencia a necessidade de um debate amplo e democrático sobre o futuro dessas áreas de lazer em São Paulo.