Além disso, os empresários envolvidos no esquema pretendiam instalar e operar pelo menos cinco pequenas centrais hidrelétricas em rios das propriedades griladas na Amazônia. Em busca de autorizações, eles procuraram o Ibama, mas as licenças não foram concedidas devido à falta de apresentação dos estudos necessários.
No último dia 5, a PF deflagrou a operação Greenwashing e prendeu preventivamente três empresários e outras duas pessoas ligadas a uma organização criminosa suspeita de integrarem o esquema. A investigação aponta que o grupo comercializou R$ 180 milhões em créditos de carbono, certificados pela empresa internacional Verra e vendidos a multinacionais interessadas em compensar suas emissões de gases de efeito estufa.
Os três projetos principais investigados: Fortaleza Ituxi, Unitor e Evergreen, foram desenvolvidos em parceria com a empresa Carbonext. As autoridades ainda investigam a possível emissão de propinas a servidores públicos e a operação de madeira ilegal pelo grupo, movimentando cerca de R$ 1,6 bilhão.
Após a deflagração da operação Greenwashing, a Verra suspendeu e revisou os projetos consolidados do grupo Ituxi relacionados à geração de créditos de carbono. A empresa Carbonext se defendeu, alegando que não possuía envolvimento com os projetos além dos três já consolidados e que verifica a regularidade das terras mediante métodos de “due diligence”.
O caso ainda está em andamento e devem surgir mais informações à medida que a PF avança nas investigações sobre esse complexo esquema criminoso envolvendo grilagem, geração de créditos de carbono e outras atividades ilícitas na Amazônia.