O interesse global pela Amazônia como uma peça-chave na luta contra as mudanças climáticas aumentou significativamente, levando a um aumento do trabalho dos jornalistas que cobrem crimes ambientais e outras violações na região. No entanto, essa abordagem incisiva tem cobrado um alto preço, com o aumento dos incidentes de violência contra jornalistas, que mais que dobraram de 2021 para 2022, justamente durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O enfraquecimento dos controles ambientais e das agências de fiscalização na Amazônia durante o governo Bolsonaro contribuiu para a expansão do garimpo ilegal de ouro e da extração irregular de madeira na região. Em contrapartida, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu combater o crime organizado que tem desempenhado um papel crucial na destruição da maior floresta tropical do mundo.
Apesar de uma ligeira redução nos casos de violência contra jornalistas em 2023, de acordo com o mesmo relatório do Instituto Vladimir Herzog, as ameaças e agressões persistem, mantendo-se acima da média histórica dos últimos anos. Casos como o sequestro e agressão a Roman dos Anjos, em 2020, e o ataque ao escritório de um jornal local em Porto Velho, evidenciam a grave situação enfrentada pelos profissionais que se dedicam a investigar e denunciar os crimes ambientais na Amazônia.
A repórter Sônia Bridi, da TV Globo, veterana na cobertura da região amazônica, ressaltou a urgência de o Estado brasileiro garantir a segurança não apenas dos jornalistas, mas também de todas as pessoas que vivem na Amazônia, em meio ao crescente controle de organizações criminosas. Refletir sobre o impacto dessa violência e agir para proteger aqueles que arriscam suas vidas para denunciar os crimes ambientais na floresta amazônica é crucial para preservar esse patrimônio natural tão importante para o planeta.