A combinação das nanopartículas de prata, derivadas do sal de prata, com a violaceína, um pigmento bacteriano roxo encontrado no Rio Negro, resulta em um produto que promete revolucionar o tratamento dermatológico. A abordagem de síntese verde utilizada na pesquisa busca desenvolver produtos de maneira sustentável, minimizando os impactos ambientais. Além disso, a capacidade das substâncias biológicas de atuar na resistência de bactérias patogênicas diferencia esse método de outras opções disponíveis no mercado.
O coordenador do projeto, Gerson Nakazato, destaca a eficácia do gel-creme ao combinar as nanopartículas de prata com a violaceína, reduzindo as doses necessárias para obter os efeitos desejados. Além disso, a possibilidade de atuar em diferentes tratamentos dermatológicos com um único produto promete revolucionar o mercado. A substituição de conservantes nocivos como o Triclosan e o Parabeno, presentes em cosméticos convencionais, também é uma inovação importante trazida por esse produto.
O desenvolvimento da formulação para os testes pré-clínicos já está em andamento, com foco no tratamento da acne, uma condição dermatológica comum. A pesquisa envolve professores e estudantes da UEL, além de parcerias com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em São Paulo. Com o apoio do Governo do Paraná, por meio da Fundação Araucária, e do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o projeto promete estar disponível no mercado em até três anos.
A expectativa é que o gel-creme antimicrobiano seja uma alternativa segura e eficaz para o tratamento de diversos problemas de pele. A articulação com grandes empresas, como Natura, Aché e Ourofino, através da Rede Emerge, facilitará a entrada desse produto inovador no mercado. Reconhecido com o Prêmio Inventores 2023, o projeto promete trazer benefícios tanto para a indústria quanto para os consumidores, com uma abordagem mais sustentável e eficaz no tratamento dermatológico.