Desde então, Borjigin tem se dedicado a estudar o cérebro humano em estado de morte clínica. Suas pesquisas revelaram que, ao contrário do que se pensava, o cérebro não se torna inativo, mas sim hiperativo quando privado de oxigênio. Em experimentos com ratos, ela observou um aumento significativo nos níveis de serotonina, dopamina e noradrenalina, neurotransmissores responsáveis por diversas funções cerebrais.
Um estudo realizado em 2013 com pacientes em estado de coma e suporte vital mostrou que, ao desligar os ventiladores mecânicos, dois dos pacientes apresentaram alta atividade cerebral, com a presença de ondas gama, indicativas de processamento complexo de informações e memória. Essa descoberta desafia a ideia tradicional de que o cérebro se torna inativo durante uma parada cardíaca.
Áreas específicas do cérebro, associadas à consciência, percepção sensorial e linguagem, foram identificadas como as mais ativadas durante o processo de morte. Borjigin acredita que o aumento da atividade cerebral pode ser um mecanismo de sobrevivência do cérebro diante da falta de oxigênio, mas ressalta que ainda há muito a ser estudado e compreendido sobre esse fenômeno.
A pesquisadora destaca a importância de aprofundar os estudos nessa área para evitar diagnósticos prematuros de morte e compreender melhor os mecanismos cerebrais durante o processo de morrer. Sua teoria sugere que o cérebro em situações de crise, como uma parada cardíaca, ativa mecanismos internos para lidar com a falta de oxigênio, o que pode explicar as experiências vivenciadas por pessoas próximas da morte.
Em resumo, os estudos de Borjigin revelam um novo olhar sobre o cérebro em processo de morte, desafiando conceitos estabelecidos e apontando para a necessidade de uma nova compreensão sobre o funcionamento cerebral nesse momento tão crucial da vida humana.