Incêndios no Pantanal: 95% são causados pelo homem e impactam a fauna local, aponta estudo recente da Global Change Biology.

Incêndios no Pantanal: impactos do fogo na vida selvagem

Com a chegada do período de seca, o Pantanal se torna uma verdadeira bomba-relógio, onde qualquer faísca pode desencadear um grande incêndio. De acordo com dados alarmantes, 95% dos incêndios que ocorrem nessa região são provocados pelo homem, seja de forma acidental ou intencional.

Um estudo recente publicado na revista científica Global Change Biology revelou que a vida selvagem pode enfrentar sérias dificuldades para se recuperar em áreas devastadas pelo fogo. Na Serra do Amolar, por exemplo, pesquisadores observaram que seis das oito espécies de mamíferos estudadas apresentaram mudanças significativas em seu uso e ocupação do habitat após os incêndios.

Segundo Grasiela Porfírio, coordenadora técnica científica de projetos do Instituto Homem Pantaneiro, espécies como jaguatiricas, catetos, tatus-canastra, cutias, veados mateiros e antas tiveram uma redução em sua ocupação após os incêndios. O tatu-canastra, uma espécie rara e ameaçada no Brasil, foi a que mais sofreu com a diminuição de seu habitat.

A situação se agrava devido ao fato de que mais de 90% do Pantanal está localizado em propriedades particulares, com apenas 4,68% da região protegida dentro de unidades de conservação. Nesse cenário, a criação de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), voluntárias por parte dos proprietários rurais, se torna essencial para a preservação da biodiversidade.

Para combater os incêndios, especialistas como Gustavo Figueroa, da SOS Pantanal, destacam a importância do apoio aéreo para transportar brigadistas em áreas remotas. Além disso, a formação de mais brigadas atuantes ao longo de todo o ano, não apenas no período seco, é uma das recomendações para evitar a propagação descontrolada do fogo.

Diante desse cenário preocupante, a vigilância permanente e ações efetivas de prevenção e combate aos incêndios são fundamentais para proteger a vida selvagem e preservar o frágil ecossistema do Pantanal. A conscientização e o engajamento de toda a sociedade também são essenciais para garantir um futuro sustentável para essa importante região do Brasil.

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