Na saída de Porto Alegre em direção a Eldorado do Sul, é possível observar pessoas vivendo em condições precárias, acampadas em barracas improvisadas sob pontes na rodovia. O cenário de desolação contrasta com a paisagem que a região costumava apresentar antes da tragédia natural.
Os moradores da cidade estão frustrados com a lentidão no processo de reconstrução. A residente Claudia Bottega, por exemplo, lamenta a demora na limpeza e recuperação da região, destacando que a falta de mão de obra disponível torna o trabalho ainda mais difícil. Comerciantes e restaurantes permanecem fechados, enquanto igrejas também foram afetadas pelos estragos causados pelas enchentes.
A situação se agrava com a observação de uma possível “debandada” de moradores da pequena cidade, que vêm buscando novas oportunidades em locais menos suscetíveis a desastres naturais. A moradora Elida Pereira, por exemplo, relata seu medo constante de uma nova inundação e já elabora um plano de contingência para se mudar para Santa Catarina, caso necessário.
Apesar dos desafios enfrentados, as histórias de resiliência e solidariedade se destacam entre os relatos dos moradores afetados. A mobilização da comunidade em meio à adversidade mostra que, mesmo diante da destruição, há espaço para a esperança de dias melhores. A reconstrução de Eldorado do Sul será um longo e árduo processo, mas a determinação e união dos habitantes certamente serão fundamentais para superar os desafios que se impõem a essa pequena cidade em meio à catástrofe natural.