Observatório de Clima e Saúde da Fiocruz alerta para aumento de doenças após enchentes no Rio Grande do Sul

Atenção população do Rio Grande do Sul: pesquisadores do Observatório de Clima e Saúde do Instituto de Comunicação e Informação em Saúde da Fiocruz emitiram um alerta preocupante sobre o aumento da incidência de diversas doenças após as enchentes que assolaram a região. Segundo a nota técnica divulgada pelos especialistas, a população do estado está mais vulnerável a doenças respiratórias, gastrointestinais, transmitidas por vetores e até mesmo acidentes com animais peçonhentos.

A elevação do nível das águas após as enchentes pode proporcionar um ambiente propício para o surgimento de aranhas, serpentes e outros animais peçonhentos dentro das residências. Além disso, o risco de transmissão de doenças como leptospirose, dengue e diarreias infecciosas aumenta consideravelmente nesse período. A região metropolitana de Porto Alegre, os vales, a depressão central e o litoral norte do estado são locais historicamente mais propensos a acidentes com animais peçonhentos, o que torna a situação ainda mais preocupante.

Os pesquisadores alertam para a importância de um diagnóstico diferencial eficaz por parte do sistema de saúde, a fim de identificar os casos mais graves que necessitam de tratamento especializado ou internação hospitalar. Eles também destacam a preocupação com a saúde mental dos desabrigados, profissionais e voluntários envolvidos nas operações de emergência, uma vez que traumas emocionais e perdas materiais podem desencadear problemas como transtorno de estresse pós-traumático, depressão e ansiedade.

Outra questão levantada pela nota técnica é a possibilidade de descompensação de doenças crônicas, como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares, devido à interrupção do acesso a medicamentos e cuidados médicos contínuos. A aglomeração de pessoas nos abrigos, a presença de lixo nas ruas, o contato com águas contaminadas e as obras de recuperação das cidades afetadas são fatores que contribuem para o aumento dos problemas de saúde.

Além disso, a presença de 1.518 estabelecimentos potencialmente poluidores na área inundada também representa um risco para a população, uma vez que a exposição a substâncias tóxicas pode ocorrer nos meses seguintes ao desastre. Diante desse cenário preocupante, os especialistas alertam para a importância de iniciativas coletivas por parte do sistema de saúde, como campanhas de vacinação, fornecimento de água potável, controle de vetores, acesso contínuo a medicamentos, cuidados médicos para doentes crônicos e suporte à saúde mental da população atingida. A prevenção e um cuidado intensivo são essenciais nesse momento de crise para garantir o bem-estar e a segurança dos moradores do Rio Grande do Sul.

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