O economista Fabio Bentes, da CNC, calculou que o varejo no Rio Grande do Sul está perdendo cerca de R$ 123 milhões por dia, o que representa 18,3% do volume previsto para o mês de maio. Além disso, a queda de 28% no fluxo de veículos de carga nas estradas do Estado, como apontado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), está impactando a infraestrutura e o abastecimento do comércio local.
O varejo gaúcho tem uma grande representatividade no cenário nacional, sendo responsável por uma movimentação anual de R$ 203,3 bilhões em vendas, o que equivale a 7% do total vendido no país em 2023. No entanto, as perdas causadas pelas enchentes devem fazer com que o volume de vendas na região seja reduzido, comprometendo a recuperação econômica local.
Já no turismo, a CNC estima que as perdas diárias cheguem a R$ 49,2 milhões, totalizando R$ 1,33 bilhão no mês de maio, o que representa 56,5% de toda a receita mensal prevista para o setor. A chegada da alta temporada de inverno na região pode agravar ainda mais o impacto negativo, já que as receitas do setor costumam crescer significativamente nesse período.
A infraestrutura de transporte no Rio Grande do Sul também foi severamente prejudicada, com o Aeroporto Internacional Salgado Filho tendo suas operações interrompidas. O uso da Base Aérea de Canoas como alternativa e a redução no fretamento turístico são reflexos desse cenário desafiador para o setor.
Em meio a essas dificuldades, o turismo gaúcho, que representou R$ 28,9 bilhões em receitas no ano de 2023, equivalentes a 6% do desempenho nacional, enfrenta um momento de incerteza diante dos impactos das enchentes. A recuperação e a retomada desses setores fundamentais na região exigirão esforços e medidas de apoio para mitigar os prejuízos causados pela tragédia.