Crise nas agências reguladoras: Servidores pedem valorização diante de proposta de reajuste insuficiente do governo

Nesta quinta-feira (13), o Conselho Diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) tomou uma decisão significativa em apoio aos servidores das agências reguladoras. Todos os itens que estavam previstos para serem votados foram retirados de pauta, como um gesto de solidariedade à campanha pela valorização da categoria. Essa ação da Anatel segue o exemplo da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), que também suspenderam a deliberação de itens de suas pautas para apoiar os servidores.

Os servidores das 11 agências reguladoras federais estão em negociação com o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) desde fevereiro. A proposta do governo de um reajuste de 9% em 2025 e de 3,5% em 2026 foi rejeitada pelos servidores, que a consideraram insuficiente para equiparar suas carreiras ao ciclo de gestão. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) salientou que a proposta não compensa as perdas de 17% acumuladas desde o acordo de 2015, que foram pagas em apenas duas parcelas.

Durante a reunião da Anatel, o presidente do Sinagências, Fábio Gonçalves Rosa, enfatizou a importância do orçamento adequado para as agências, da valorização dos servidores e da realização de concursos públicos para repor os quadros. Segundo ele, as agências reguladoras desempenham um papel essencial no desenvolvimento econômico sustentável do país, garantindo segurança jurídica aos consumidores.

A representante da União Nacional dos Servidores de Carreira das Agências Reguladoras Federais (UnaReg), Carla Pereira, ressaltou que a última atualização salarial da categoria foi em janeiro de 2017, e desde então a inflação acumulada ultrapassa os 40%. Essa defasagem dificulta a manutenção de um quadro qualificado nas agências e a atração de novos servidores por meio de concursos públicos.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, alertou que a agência enfrenta atualmente a menor equipe de servidores de sua história, o que gera sobrecarga de trabalho, estresse e adoecimento. Ele destacou a complexidade crescente dos assuntos tratados e a importância de garantir condições adequadas para os servidores desempenharem suas funções de forma eficaz.

Até o momento, o MGI não se pronunciou sobre o andamento das negociações com os servidores das agências reguladoras. A situação permanece tensa enquanto a categoria busca o reconhecimento de suas demandas e a valorização de seus serviços essenciais para o país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo