No entanto, a revelação das viagens foi parcial, já que Thomas omitiu detalhes sobre o restante da estadia na Indonésia. Uma investigação do site ProPublica mostrou que ele voou no jato particular de Crow e embarcou em seu iate para um passeio pelas ilhas. Thomas defendeu que as viagens pessoais não eram obrigatórias de declarar, mas as críticas continuam.
O tema levantou discussões no Capitólio, onde alguns legisladores pressionam por revisões nas políticas éticas da Suprema Corte. A instituição adotou um código formal de ética no ano passado, afirmando que representa uma codificação de princípios já existentes. Thomas alegou que o presente de Crow foi omitido por engano e que ele buscou orientação de seu contador e conselheiro de ética durante uma revisão de arquivos anteriores.
Além disso, outros juízes da Suprema Corte divulgaram relatórios financeiros, com destaque para a juíza Ketanji Brown Jackson, que recebeu ingressos para um show da cantora Beyoncé, avaliados em US$ 3,7 mil. Samuel Alito foi o único que recebeu uma extensão de 90 dias para apresentar seus relatórios.
Essa questão ressalta a importância da transparência e prestação de contas dos membros da Suprema Corte, especialmente diante de viagens financiadas por doadores políticos que podem levantar questões éticas e de conflitos de interesse. A sociedade espera que os juízes mais altos do país estejam acima de qualquer suspeita e ajam de forma exemplar em suas condutas e declarações financeiras.