Projeto “Cardume”: como voluntários repovoaram o Rio Pardo em São Paulo e resgataram a vida aquática em 264 km de extensão.

No decorrer dos anos, o Rio Pardo, um dos maiores rios de São Paulo, com 264 km de extensão e que cruza 15 municípios do estado, viu a sua vida ser gradativamente perdida devido a impactos ambientais causados pela instalação de hidrelétricas e poluição urbana. A pergunta frequente “Por que não tem mais peixes no Rio Pardo?” foi o ponto de partida para a criação de um projeto inovador e colaborativo que buscou devolver a vida a esse importante corpo hídrico.

Em 2008, a ONG Rio Pardo Vivo lançou o projeto “Cardume”, que uniu pesquisadores, estudantes, moradores e pescadores de diversas cidades com o objetivo de repovoar o rio com peixes nativos. Ao longo do projeto, aproximadamente 3 milhões de alevinos foram soltos nas águas do Rio Pardo, contribuindo para a revitalização da fauna aquática da região.

Segundo Carlos Cavalcchuki, presidente da ONG, as pequenas centrais hidrelétricas foram as principais responsáveis pelo declínio da vida no rio. Ele destacou a importância do tratamento de esgoto melhorado e da conscientização ambiental para reverter a situação. Desde então, têm sido realizadas três solturas anuais de alevinos, com a próxima prevista para outubro, após uma análise criteriosa das condições ambientais.

O sucesso do projeto pode ser confirmado pelas palavras de Wellington Pauloni, voluntário e pescador há 40 anos, que viu a oportunidade de compartilhar sua paixão pela pesca com o filho, João Marcos. Juntos, eles se engajaram ativamente nas ações de repovoamento, mostrando que a união da comunidade em prol do meio ambiente pode gerar resultados positivos.

Com o retorno dos peixes ao Rio Pardo, a confiança na qualidade da água e a valorização dos corredores ecológicos foram restabelecidos. A atuação conjunta de voluntários como Wellington e João Marcos é essencial para a preservação desse importante recurso natural, que impacta diretamente a vida e o lazer de muitas famílias da região. A conscientização e ações práticas como essas evidenciam que a transformação de áreas degradadas em ambientes prósperos é possível com a participação ativa de todos.

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