Presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, adia decisão sobre reformas constitucionais propostas por López Obrador, agitando os mercados.

A presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, declarou em entrevista na noite de quinta-feira (6) que nenhuma decisão foi tomada até o momento em relação a um conjunto de reformas constitucionais propostas pelo atual presidente Andrés Manuel López Obrador. A afirmação foi feita em meio a expectativas de que o partido de esquerda Morena, liderado por Sheinbaum, e seus aliados conseguissem a maioria de dois terços necessária para aprovar as medidas controversas sem oposição, o que gerou turbulência nos mercados mexicanos ao longo da semana.

Durante a entrevista, Claudia Sheinbaum ressaltou a importância do diálogo e da avaliação das propostas antes de qualquer decisão ser tomada. Críticos das reformas alertaram que elas poderiam resultar na eliminação de órgãos de supervisão importantes, enfraquecimento da independência judicial e concentração de poder no Executivo.

De acordo com informações preliminares citadas pelo ministro do Interior, o partido Morena e seus aliados provavelmente terão 83 assentos no Senado, de um total de 128, quando o próximo Congresso assumir em setembro. Apesar de ainda estarem longe da maioria de dois terços necessária para alterar a constituição, o Morena poderia fazer acordos com outras legendas para obter os votos necessários.

Já na câmara baixa do Congresso, a coalizão de esquerda governista deve conquistar 372 assentos, o que representa uma supermaioria. Estes números demonstram a força do Morena e de seus parceiros no cenário político mexicano.

A incerteza em relação às reformas constitucionais propostas por López Obrador e a expectativa sobre a posição de Claudia Sheinbaum em relação a elas continuam a motivar debates e discussões no México. A sociedade civil e os diversos setores políticos aguardam com expectativa o desenrolar desse importante tema nos próximos meses.

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