Segundo Felippe Nunes, gerente comercial do estabelecimento, a decisão de fechar as portas foi motivada pela queda de 30% no número de clientes em comparação com a frequência pré-pandemia. Com o esvaziamento da região devido ao home office adotado por empresas do setor financeiro e à sensação de insegurança que afugenta turistas, o Café Girondino se viu financeiramente sob pressão.
Nunes, que representa o Girondino em iniciativas de revitalização do centro, destacou a dificuldade em atrair público para a região, apesar das melhorias no policiamento e no movimento de pessoas. Segundo ele, a pandemia causou um impacto devastador nas finanças do restaurante, levando o faturamento a cair para apenas 3% do normal.
Inaugurado em 1998 em um prédio que pertencia à Santa Casa de Misericórdia, o Café Girondino tem raízes históricas na cidade de São Paulo, sendo uma recriação do café homônimo que funcionou na região entre 1875 e a década de 1920. O local era conhecido como ponto de encontro para barões do café realizarem transações comerciais.
Com 250 lugares distribuídos em três andares, o restaurante era frequentado por profissionais da Bolsa de Valores e servidores públicos, além de turistas que visitavam o centro aos sábados. O fechamento do Girondino representa mais um golpe ao esvaziamento da região central, que também é afetada pela presença de pessoas em situação de rua e usuários de drogas.
Apesar dos esforços da Prefeitura e do Governo Estadual em revitalizar a região central, a tendência de esvaziamento persiste. Programas de incentivos e parcerias público-privadas visam recuperar edifícios antigos e promover investimentos em moradia, mas os resultados dessas iniciativas demandam tempo para serem percebidos. A história do Café Girondino, marcada por altos e baixos, reflete os desafios de manter a vida pulsante no coração de São Paulo.