Ao longo dos mais de 100 km de costa, ainda é possível encontrar vestígios daquele dia histórico em 1944, como bunkers e navios encalhados. No entanto, o avanço do mar tem erodido dunas e falésias, colocando em risco a preservação desses locais significativos.
Para Regis Leymarie, geógrafo do órgão de conservação do litoral da Normandia, a paisagem das praias do Dia D já não se assemelha ao que foi testemunhado pelas tropas aliadas. O ambiente está passando por uma transformação acelerada devido ao aumento das temperaturas globais e ao derretimento do gelo polar.
Em meio a essas mudanças, moradores locais expressam preocupação com a preservação da história que está sendo aos poucos apagada pela ação do mar. Vilarejos ao longo das praias, como Graye-sur-Mer, têm testemunhado a destruição de bunkers e estruturas antigas, gerando um sentimento de urgência em relação à proteção desses locais.
Apesar disso, as autoridades locais parecem despreparadas para lidar com essa situação. Poucas prefeituras responderam às solicitações de auxílio e ações concretas para preservar a região, enquanto algumas negam que estejam sob ameaça iminente.
Diante desse cenário, o futuro das praias da Normandia e dos locais históricos do Dia D permanece incerto. A natureza, impulsionada pelas mudanças climáticas, parece caminhar para reivindicar o que lhe é de direito, levantando questões sobre a importância da preservação do patrimônio histórico e cultural em meio a um cenário de crescente instabilidade ambiental.