A história por trás de “Paêbiru” é envolta em mitologia e influências culturais diversas. Gravado em 1974, o disco foi concebido por Zé Ramalho e Lula Côrtes, contando com a colaboração de outros músicos nordestinos, como Geraldo Azevedo e Alceu Valença. Inspirado na lenda de Sumé, uma entidade mitológica dos tupis, o LP combinou elementos de rock lisérgico com música folclórica nordestina, proporcionando uma experiência sonora única e inovadora para a época.
A gravação do disco foi marcada pela improvisação e pela criatividade dos artistas envolvidos. Com um esquema totalmente improvisado, cada músico contribuiu de forma única para a concepção do álbum, resultando em um trabalho experimental e ousado. A tiragem inicial do vinil foi limitada a apenas 300 cópias, devido às incertezas sobre a recepção do público.
No entanto, um acontecimento trágico marcou a história de “Paêbiru”. Em 17 de julho de 1975, uma enchente devastadora atingiu Recife, destruindo grande parte do estoque da fábrica da Rozenblit, incluindo as cópias do álbum. Apenas algumas poucas unidades sobreviveram, tornando o vinil extremamente raro e valioso nos anos seguintes.
Apesar dos percalços enfrentados durante a produção, a aura de mistério e originalidade que cerca “Paêbiru” contribui para sua relevância no cenário musical brasileiro. O relançamento do álbum pela Polysom, na série “Clássicos em Vinil”, representa não apenas a preservação de uma obra de arte única, mas também o resgate de uma parte importante da história da música nacional. Com mais de 140 títulos de destaque já disponíveis no mercado, a Polysom celebra 15 anos de trabalho dedicado à valorização e difusão da música brasileira em formato físico, mantendo viva a tradição e o encanto dos discos de vinil.