Nascido em 1924 e falecido em 2016, Subramanyan é celebrado por sua capacidade de dialogar com a cultura popular indiana, especialmente de Kerala. As ilustrações presentes nos livros lançados no Brasil refletem essa estética, com gravuras em preto e branco que remetem às tradições populares e xilogravuras.
Em “O Rei e o Homenzinho”, o autor aborda de forma irônica a busca por reconhecimento e fama, revelando as consequências das ações do monarca em contraste com um simples homem. Já em “Nossos Amigos, os Ogros”, Subramanyan critica de forma ácida a sociedade contemporânea, explorando temas como o sistema econômico global, as relações sociais desequilibradas e o descaso com a natureza.
As narrativas do autor desafiam as certezas e crenças dos leitores, transformando-se em caleidoscópios que oferecem diferentes perspectivas a cada leitura. No entanto, vale ressaltar que as edições dos livros lançados no Brasil apresentam um acabamento gráfico com páginas grampeadas, o que tem se tornado uma prática comum no mercado editorial brasileiro, mesmo entre editoras consolidadas.
O trabalho de K. G. Subramanyan nos convida a refletir sobre questões profundas da sociedade contemporânea de maneira criativa e instigante, demonstrando a relevância da literatura infantojuvenil como ferramenta de questionamento e reflexão para leitores de todas as idades. É através de autores como Subramanyan que a literatura se torna uma ponte para o diálogo e a compreensão entre diferentes realidades e perspectivas.