Embora ainda existam desafios a serem enfrentados, é indiscutível que houve avanços significativos em comparação ao panorama anterior. É preciso ressaltar que as empresas têm a obrigação de garantir os direitos e proteções previstos na legislação trabalhista, não se tratando de um favor, mas sim de uma responsabilidade diante dos lucros obtidos a partir do trabalho realizado em território nacional.
Por outro lado, levantamentos realizados por organizações da sociedade civil evidenciam que a importação de produtos a preços muito baixos muitas vezes não respeita os padrões mínimos estabelecidos nas convenções internacionais sobre o combate à escravidão. Esse cenário pode comprometer a produção nacional, que deve seguir as leis vigentes, e ainda servir de pretexto para empresas instaladas no Brasil pleitearem flexibilizações nas legislações trabalhistas.
Nesse sentido, a cobrança do tributo de importação ganha importância como uma medida para combater esse crime contra os direitos humanos, tanto no Brasil quanto no cenário internacional. É preciso conscientizar a população sobre os bastidores da indústria da moda, incentivando uma reflexão sobre o custo real por trás das roupas que consumimos, que muitas vezes envolve jornadas exaustivas de trabalho e condições desumanas de produção. É fundamental que o consumidor leve em consideração não apenas o preço, mas também os valores éticos e humanitários envolvidos na cadeia produtiva.