Ex-PM Ronnie Lessa firma acordo de delação premiada e aponta mandantes do assassinato de Marielle Franco em acordo homologado pelo STF

No último dia, o ex-policial militar Ronnie Lessa assinou um acordo de colaboração premiada com a Polícia Federal, homologado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. De acordo com os termos do acordo, Lessa irá cumprir uma pena de 18 anos em regime fechado, contados a partir de sua prisão em março de 2019.

Os benefícios obtidos por Lessa foram em decorrência do reconhecimento de sua autoria nos disparos que resultaram na morte da vereadora Marielle Franco e de seu motorista, Anderson Gomes. Além disso, Lessa também apontou o conselheiro do TCE-RJ Domingos Brazão e o deputado federal Chiquinho Brazão como os mandantes do crime, sendo que ambos negam envolvimento no caso.

A colaboração de Lessa envolve sete anexos que estão relacionados aos 12 processos penais que ele responde na Justiça. O ex-policial não confessou participação em outros crimes além do assassinato de Marielle Franco e um outro homicídio. No entanto, o acordo prevê um total de 20 anos de cumprimento de pena, divididos entre regime semiaberto e livramento condicional.

Um aspecto polêmico do acordo foi a indicação de que Lessa cumprirá sua pena em um presídio estadual em São Paulo, fato que gerou reclamações por parte de sua defesa que alega não ter sido cumprido o prazo previsto para a transferência do detento. A Procuradoria-Geral da República afirmou que está buscando uma vaga para Lessa no sistema prisional paulista.

Além da pena de prisão, o acordo também prevê o desbloqueio de bens de Lessa, incluindo sua residência no condomínio Vivendas da Barra. O patrimônio do ex-policial será transferido para seus familiares, conforme o acordo estabelecido com as autoridades.

Os depoimentos de Lessa foram prestados em agosto do ano anterior, um mês após a delação do ex-policial Élcio Queiroz, que dirigia o veículo utilizado por Lessa no dia do crime contra Marielle e Anderson. A colaboração de Lessa foi autorizada pelo ministro Raul Araújo, do STJ, que determinou diligências para corroborar as declarações do ex-policial.

O acordo de colaboração premiada de Ronnie Lessa foi enviado para homologação em fevereiro deste ano, sendo que apontamentos em relação a Chiquinho Brazão, que na época do crime era vereador e não deputado federal, levaram o processo ao STF. O ministro Alexandre de Moraes foi designado relator do caso e homologou o acordo, mas não detalhou o entendimento adotado em relação ao foro especial de Chiquinho Brazão no Supremo Tribunal Federal.

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