Documentos obtidos pela imprensa revelam detalhes sobre o licenciamento ambiental do empreendimento, destacando os tipos de rejeitos a serem produzidos, a forma como serão dispostos na região amazônica e o tempo de permanência desses resíduos em um local sensível da Amazônia. A empresa responsável pelo projeto afirma que não utilizará barragens e que os resíduos serão empilhados a seco em locais preparados para evitar a contaminação de lençóis freáticos e cursos de rios.
No entanto, a proximidade da área de exploração com um povoado indígena do povo mura, além de outras terras indígenas, tem gerado preocupações adicionais. A concessão de licenças pelo Ipaam, incluindo a licença de instalação concedida em abril, levou o Ministério Público Federal a pedir a suspensão urgente dessas autorizações, devido ao risco de salinização de corpos d’água na região.
Os impactos ambientais previstos pelo projeto, como o armazenamento de rejeitos por mais de 20 anos e a dissolução das pilhas de sal, geram debates sobre a sustentabilidade e segurança da operação. O governo, por sua vez, respalda o projeto como uma forma de reduzir a dependência do país na importação de fertilizantes, mas as preocupações com os possíveis danos ao meio ambiente e às comunidades locais continuam em pauta.
Diante desse cenário, o embate entre interesses econômicos e ambientais coloca em evidência a necessidade de um debate transparente e democrático sobre a viabilidade e os potenciais impactos desse tipo de empreendimento na Amazônia. A busca por um equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental é um desafio cada vez mais premente em um contexto de crescente preocupação com as mudanças climáticas e a conservação dos ecossistemas naturais.