Federação de Professores assina acordo salarial com governo Lula, mas greve dos docentes pode continuar em protesto

Após 54 dias de greve e cinco rodadas de negociações, a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico) assinou, na tarde desta segunda-feira (27), a proposta de reajuste salarial feita pelo governo do ex-presidente Lula, do Partido dos Trabalhadores (PT). O acordo, que prevê um aumento de 9% em janeiro de 2025 e de 3,5% em maio de 2026, foi firmado sem a participação do Andes (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), outra entidade que também estava envolvida nas negociações, mas que não aceitou os termos apresentados pelo governo.

A decisão do Andes de não aceitar os termos propostos pelo governo gerou divergências entre os sindicatos que representam a classe dos professores. Enquanto a Proifes optou por aceitar as condições apresentadas, o Andes rejeitou a proposta e tentou deslegitimar a autoridade da Proifes para fechar o acordo. Durante uma reunião em Brasília, os sindicatos protagonizaram trocas de xingamentos e acusações, evidenciando a tensão nas negociações.

O presidente do Andes, Gustavo Seferian, considerou a assinatura do acordo pela Proifes como um “golpe” e um “tiro no pé” dado pela gestão petista. Já o presidente da Proifes, Wellington Duarte, enfatizou que as divergências fazem parte do jogo democrático e defendeu a negociação com o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos. No total, 58 universidades e institutos federais aderiram à paralisação deste ano.

Com a possibilidade de a greve continuar, o Andes espera convencer os professores a manterem a paralisação, considerando que a postura do governo de Brasília fortaleceu o movimento e enfraqueceu a imagem de Lula como defensor da educação. Aliados do ex-presidente buscam blindá-lo, atribuindo a insatisfação dos profissionais da educação aos governos anteriores, que teriam promovido retrocessos no setor educacional. O diálogo entre as partes é apontado como fundamental para a resolução dos impasses.

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