Juiz determina que Donald Trump é responsável por difamação de jornalista e decide sobre indenização em novo julgamento.

Donald Trump foi considerado responsável pela difamação contra a jornalista Elizabeth Jean Carroll por um juiz federal nos Estados Unidos. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (6) e determinou que o ex-presidente americano enfrentará um novo julgamento em janeiro para definir a indenização que deverá ser paga à escritora.

Essa decisão representa uma derrota para Trump, que buscava transformar as acusações que enfrenta em um trunfo em sua campanha à Presidência. O ex-presidente dos EUA enfrenta atualmente quatro acusações criminais, incluindo duas relacionadas à tentativa de reverter sua derrota nas eleições de 2020. Trump se declara inocente em todos os casos.

O julgamento que determinou a responsabilidade de Trump pela difamação ocorreu em maio deste ano. Na ocasião, jurados em um processo civil em Nova York consideraram que Trump abusou sexualmente de Carroll na década de 1990 e difamou-a em 2022, chamando-a de mentirosa. Embora o júri tenha considerado o abuso sexual suficiente para responsabilizá-lo por agressão, rejeitou a acusação inicial de estupro.

O juiz responsável pelo caso afirmou que o veredicto de maio, que determinou o pagamento de US$ 5 milhões a Carroll por Trump, elimina a necessidade de reavaliar se o republicano difamou a jornalista em 2019. Ele argumentou que a veracidade das declarações de Trump depende do relato de agressão sexual da jornalista, e o júri já confirmou em maio que ela não mentiu.

Além disso, o juiz também rejeitou a alegação de Trump de reduzir a indenização de Carroll, que está buscando US$ 10 milhões, uma vez que parte desse valor já foi coberto pelo veredicto anterior.

Os advogados de Trump ainda não se pronunciaram sobre a decisão, enquanto a advogada de Carroll declarou que aguarda ansiosamente pelo julgamento.

Elizabeth Jean Carroll é colunista da revista de moda Elle, e trouxe o caso à tona em 2019, quando seu livro de memórias foi publicado pela New York Magazine. Em seu relato, ela alega ter sido estuprada por Trump em uma loja em Nova York na década de 1990. Durante o processo, os jurados tiveram que decidir se houve estupro, abuso sexual ou toques forçados na ocasião, além de analisarem se Trump difamou Carroll ao negar as acusações.

Já em maio, a defesa de Trump optou por não apresentar uma defesa, considerando que o caso apresentado pela jornalista não era convincente. Nesse tipo de processo civil, os jurados precisam decidir se a acusação é mais provavelmente verdadeira do que falsa, enquanto em casos criminais, é necessário declarar culpa ou inocência além de qualquer “dúvida razoável”. Carroll contou com o testemunho de duas mulheres que também alegam terem sido vítimas de abuso sexual por parte de Trump.

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