Além disso, houve uma queda significativa no número de parlamentares que acreditam na capacidade do governo em aprovar sua agenda. Se em agosto passado 56% dos deputados tinham essa opinião, agora esse número caiu para 47%.
Dentre os projetos em pauta, a reforma tributária é vista como a proposta com maior chance de ser aprovada, com 58% de apoio dos parlamentares. Em seguida, a regulação de trabalhadores de aplicativos também recebe destaque, com 32% de aprovação. Já a PEC do Quinquênio, que aumenta os salários de juízes, é vista como a proposta mais improvável de ser aprovada, com apenas 17% de apoio dos deputados. A reforma administrativa também é vista com ceticismo, com apenas 13% de chances de ser aprovada.
Diante dessas perspectivas, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, anunciou que a PEC do Quinquênio será retirada da pauta para nova avaliação, sem previsão para análise futura.
Outro ponto abordado na pesquisa foi a percepção dos deputados em relação à meta de déficit zero estabelecida pelo governo. Oito em cada dez parlamentares acreditam que o governo não conseguirá cumprir essa meta neste ano, considerando o registro de déficit de R$ 1,5 bilhão nas contas do governo no primeiro trimestre.
Por fim, há um empate técnico entre os parlamentares em relação à preocupação do governo com a inflação. Enquanto 54% dos entrevistados afirmam que o governo está preocupado com a inflação, 44% discordam dessa visão. Diante da margem de erro de 4,8 pontos percentuais para mais ou para menos, as duas opiniões estão tecnicamente empatadas.
Esses resultados refletem a atual conjuntura política e econômica do país e sinalizam desafios para o governo em relação à sua agenda legislativa e às expectativas da população e do mercado.