A decisão do juiz incluiu a nomeação da Cabezón Administração Judicial como administradora judicial, que terá a responsabilidade de fiscalizar as atividades do devedor e garantir o cumprimento do plano de recuperação judicial. O pedido de recuperação judicial foi feito pela Polishop no início deste mês.
De acordo com a determinação do juiz Oliveira Filho, a Cabezón terá 48 horas para formular um termo de compromisso e 15 dias para apresentar uma proposta de trabalho, incluindo os honorários a serem cobrados e o primeiro relatório. A empresa, liderada pelo presidente e fundador João Appolinário, buscou uma reestruturação extrajudicial com seus credores ao longo do ano.
Appolinário destacou que o endividamento bancário da empresa diminuiu significativamente, passando de R$ 270 milhões em janeiro de 2022 para R$ 84 milhões em 2024. Entre os fatores que contribuíram para a situação financeira da Polishop, o presidente citou os impactos da pandemia, o aumento do Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) e a crise do crédito decorrente do caso Americanas.
Além disso, o juiz determinou a suspensão de execuções, arrestos, penhoras e outras medidas contra a Polishop pelo período de 180 dias. A empresa enfrenta pelo menos 50 ações de despejo devido ao não pagamento de aluguéis, o que resultou no fechamento de aproximadamente 100 unidades em shoppings.
Os credores com ações na Justiça comum ou do Trabalho terão que apresentar seus requerimentos extrajudiciais à Cabezón, indicando o valor que têm a receber da empresa. A administradora judicial deverá emitir relatórios mensais e prestar contas todo dia 30 de cada mês.
A Polishop também está obrigada a fornecer documentos solicitados pela Cabezón, incluindo extratos bancários e comprovantes de pagamento de impostos, encargos sociais e verbas trabalhistas. A situação da empresa continuará sendo acompanhada de perto nos próximos meses.