A ação de remoção foi coordenada pela Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento (Prip). Com a saída dos estudantes dos alojamentos, muitos estão agora em busca de um novo lugar para morar. Alguns deles foram acolhidos provisoriamente no Crusp durante o final de semana, para garantir um lugar onde dormir, mas outros ainda estão desamparados e até consideram desistir dos cursos e retornar às suas cidades de origem.
Durante uma reunião com a Prip, os estudantes solicitaram 11 vagas no conjunto residencial para os ex-moradores do alojamento em maior vulnerabilidade econômica, porém, a solicitação foi negada pela pró-reitoria. A USP oferece dois tipos de benefícios para habitação: um parcial de R$ 300 mensais com estadia no Crusp e um integral de R$ 800 mensais para custear aluguel enquanto aguarda por um quarto. Dos 51 alunos que estavam nos alojamentos, 8 conseguiram vagas no Crusp e 35 obtiveram o benefício de R$ 800, mas alegam que o valor é insuficiente para custear aluguel próximo à Cidade Universitária, no Butantã.
Alguns dos 11 alunos considerados mais vulneráveis acabaram sendo contemplados com o auxílio integral, mas propuseram a conversão desse benefício em parcial, com vaga no Crusp. A gestão da USP novamente negou a solicitação, argumentando que isso prejudicaria outros estudantes que também aguardam vagas na moradia.
A situação dos alojamentos do Cepe era insalubre, com beliches apertados, mofo, infiltrações, insetos e falta de estrutura básica, como cozinha. Os moradores tinham apenas acesso a vestiários sujos e sem divisórias entre as duchas. Em 2019, os alojamentos do Cepe chegaram a ser fechados devido à situação precária.
Portanto, a questão da moradia estudantil na USP continua sendo um desafio, com estudantes em situação de vulnerabilidade econômica enfrentando dificuldades para encontrar um lugar digno para morar enquanto estudam. A busca por soluções que atendam a esses estudantes de forma justa e eficiente permanece como um tema importante a ser discutido e resolvido dentro da universidade.