Maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul afeta população idosa
O impacto das inundações em Porto Alegre, considerado o maior desastre climático da história do Rio Grande do Sul, tem revelado uma faceta pouco explorada: o impacto sobre a população idosa. Com 78 anos, Nadir Fernandes, moradora do bairro Navegantes, precisou ser resgatada de casa com o auxílio de um trator. Aos 78 anos, ela relata ter perdido tudo, restando apenas seus remédios e documentos.
No estado com a maior proporção de idosos do país, autoridades afirmam que os resgates não levam em consideração a idade, mas sim a necessidade de auxílio de todos que estão em áreas de risco. Até o momento, já foram confirmadas 157 mortes e 2,3 milhões de pessoas afetadas em 463 municípios. O Rio Grande do Sul tem 14,1% da população com 65 anos ou mais.
Os resgates de idosos têm sido desafiadores devido às dificuldades de locomoção e às comorbidades existentes. Muitos idosos precisam de cuidados especiais, como o uso de pranchas de resgate e atenção às doenças crônicas, como hipertensão e diabetes. A falta de estrutura adequada nos abrigos tem sido um ponto sensível, com relatos de dificuldades de locomoção, baixa renda, solidão e falta de assistência médica especializada.
Em Porto Alegre, um abrigo dedicado exclusivamente ao público idoso foi aberto recentemente, visando fornecer serviços e voluntários especializados para lidar com esse grupo vulnerável. A psicóloga Clarisse Job destacou a importância de ouvir os idosos e oferecer suporte emocional durante esse momento de crise.
A preocupação agora recai sobre o retorno dos idosos às suas casas destruídas, com a incerteza do futuro e a solidão que muitos enfrentam. Enquanto Nadir Fernandes expressa tristeza por ter perdido tudo, também demonstra gratidão por ter sido resgatada. Paulo Roberto Gonçalves, por outro lado, olha para frente com otimismo, ressaltando a importância de aproveitar a vida e enfrentar os desafios com calma.
O impacto das inundações sobre a população idosa no Rio Grande do Sul revela a necessidade de políticas públicas mais direcionadas e de uma estrutura de apoio mais eficiente para atender às necessidades específicas desse grupo vulnerável durante crises como essa.