No entanto, o governo irá atrasar a entrega de embarcações aos outros 12 municípios do Marajó. Uma nova leva de lanchas, que contemplará mais cinco cidades, está programada para o final do semestre, enquanto os sete restantes deverão receber as embarcações somente no final de 2024, já sob a gestão do presidente Lula.
Uma reportagem recente publicada pela imprensa destacou a ausência do Estado nas áreas rurais do arquipélago, o que tem contribuído para o aumento de casos de violência sexual contra crianças e adolescentes. A falta de políticas públicas e equipamentos básicos é um dos desafios enfrentados na região, onde a vida é mais rural do que urbana.
Em Breves, a maior cidade do Marajó, órgãos como o Conselho Tutelar e a Delegacia de Atendimento à Criança e ao Adolescente não possuem lanchas próprias para chegar às comunidades, situação semelhante em outros municípios da região. Além disso, a falta de ambulatório para vítimas de violência sexual, a inexistência de delegacias funcionando nos finais de semana e a ausência de abrigos para crianças são problemas alarmantes.
Diante desse cenário, o Ministério dos Direitos Humanos lançou o programa Cidadania Marajó, com o objetivo de combater o abuso e a exploração sexual infantil na região. A entrega de lanchas aos Conselhos Tutelares integra esse programa, e o ministro dos Direitos Humanos, Silvio Almeida, irá pessoalmente realizar a entrega das embarcações em Ponta de Pedras.
O evento de entrega das lanchas também contará com a assinatura de acordos, como o pacto pela escuta protegida, visando garantir o atendimento às crianças em situação de violência. Além disso, estão previstas campanhas de conscientização e adaptação de um programa da Polícia Rodoviária Federal para os rios do Marajó.
Em resumo, a entrega das lanchas é um passo importante no enfrentamento dos desafios enfrentados pelas crianças e adolescentes do arquipélago do Marajó, mas ainda há muito a ser feito para garantir a proteção e o bem-estar dessas comunidades vulneráveis.