De acordo com o coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo da Fundação Santo André, Enrique Staschower, o ABC apresenta características específicas que podem resultar em tragédias humanitárias semelhantes ao que ocorreu no Rio Grande do Sul. A região teve sua estrutura urbana desenvolvida de forma irregular, com bairros em áreas de várzeas de rios, o que contribui para alagamentos e falta de escoamento adequado das águas.
Staschower também aponta a falta de consideração das mudanças climáticas nos planos diretores das prefeituras, o que torna as cidades vulneráveis a desastres naturais. Ele destaca pontos críticos, como o bairro Montanhão em São Bernardo, e ressalta a necessidade de integração entre os municípios para fortalecer a Defesa Civil.
Diante desse cenário, algumas prefeituras da região estão em processo de reestruturação de seus departamentos de Defesa Civil. Mauá, por exemplo, já entregou uma nova sede para a corporação e ampliou sua equipe e equipamentos de monitoramento. Diadema também planeja aumentar o número de servidores da Defesa Civil, enquanto São Bernardo investe em ações preventivas e qualificação dos profissionais.
Santo André, por sua vez, conta com um Centro de Resiliência às Emergências e equipamentos de monitoramento avançados para enfrentar os desastres climáticos. A cidade também está atualizando seu Plano Municipal de Redução de Riscos em parceria com o IPT/SP.
No entanto, apesar dos esforços das prefeituras, ainda há desafios a serem enfrentados para garantir a segurança da população em caso de eventos climáticos extremos. A integração entre os municípios, o fortalecimento da Defesa Civil e a consideração das mudanças climáticas são fundamentais para prevenir tragédias e minimizar os impactos das chuvas na região do ABC Paulista.