Servidores da saúde dos hospitais federais no RJ entram em greve por tempo indeterminado em busca de melhorias e reestruturação.

Nesta quarta-feira (15), os servidores da área de saúde dos seis hospitais federais do Rio de Janeiro deram início a uma greve por tempo indeterminado. As motivações para a paralisação incluem a recomposição salarial, a realização de concurso público e a reestruturação das unidades que enfrentam problemas de sucateamento ao longo dos últimos anos.

Até o momento, o governo federal não ofereceu nenhum reajuste, o que tem gerado insatisfação entre os servidores. Eles também exigem o pagamento do adicional de insalubridade e a garantia do piso da enfermagem em sua totalidade.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde e Previdência no Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev-RJ), as unidades afetadas pela greve vão operar com apenas 30% do quadro de funcionários, priorizando serviços essenciais como hemodiálise, quimioterapia, cirurgias oncológicas, transplantes e atendimentos de emergência.

Para os próximos dias, estão programados atos de greve em frente ao Hospital Federal de Bonsucesso e no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into). Procurado pela Agência Brasil, o Ministério da Saúde ainda não se pronunciou sobre a situação.

Esses seis hospitais federais cariocas são referências em tratamentos de alta complexidade pelo Sistema Único de Saúde (SUS), concentrando pacientes de todo o país. No entanto, ao longo dos anos, essas unidades têm enfrentadodesafios como desabastecimento de insumos, alagamentos, falta de equipamentos e até incêndios que resultaram em tragédias.

A falta de concursos públicos desde 2010 tem comprometido a questão dos recursos humanos, levando à contratação de profissionais temporários e alta rotatividade nas equipes. Recentemente, o Ministério da Saúde anunciou mudanças na gestão dos hospitais, criando um Comitê Gestor para assumir temporariamente a administração das unidades.

O sindicato dos servidores destaca que a greve não se restringe apenas a reivindicações salariais, mas também expressa a luta por uma saúde pública de qualidade e totalmente financiada com recursos públicos, rejeitando propostas de privatização ou parcerias público-privadas. A mobilização dos trabalhadores da saúde no Rio de Janeiro promete se intensificar nas próximas semanas, em busca de melhores condições de trabalho e atendimento para a população.

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