Especialistas em recursos hídricos, como geólogos, agrônomos e engenheiros consultados pela Agência Brasil, convergem em afirmar que as chuvas foram realmente excepcionais e agravadas pelas mudanças climáticas globais. No entanto, divergem sobre a responsabilidade das atividades econômicas e da ocupação territorial na potencialização do desastre.
O geólogo Rualdo Menegat, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), criticou as políticas de planejamento urbano e econômico do estado, afirmando que a desorganização do território causada pela especulação imobiliária e pelo desmatamento de vegetação nativa contribuíram para a tragédia. Por outro lado, o agrônomo Fernando Setembrino Meirelles discorda da importância atribuída à agricultura nas inundações recentes, argumentando que a magnitude das chuvas é a principal explicação para a catástrofe.
Em relação aos sistemas de contenção de águas em Porto Alegre, os especialistas concordam que houve falhas estruturais que contribuíram para a propagação das enchentes. A falta de manutenção e o contexto das mudanças climáticas foram apontados como fatores de fragilização das estruturas de proteção.
No que diz respeito à prevenção e redução de danos, os especialistas destacam a necessidade de uma Defesa Civil eficiente, treinamento da população para situações de emergência e investimento em adaptações estruturais para lidar com eventos climáticos extremos. A cultura de prevenção e o monitoramento adequado dos fenômenos naturais são apontados como essenciais para minimizar os impactos de futuras tragédias.