O Brasil aderiu aos Acordos Artemis em 2020, que estabelecem diretrizes para a cooperação entre países na exploração pacífica do espaço, em meio a uma nova corrida espacial. Com a assinatura do protocolo entre Embrapa e AEB, foi aberta uma oportunidade para o país participar ativamente do projeto Artemis, que visa a construção de uma base na Lua como um primeiro passo para uma futura missão tripulada a Marte.
O principal desafio enfrentado em missões espaciais de longa duração é a produção de alimentos frescos. Iniciativas internacionais têm se dedicado ao desenvolvimento de tecnologias para o cultivo de plantas em ambientes controlados, como estufas lunares e marcianas. Na Estação Espacial Internacional, astronautas já consomem vegetais cultivados em câmaras especiais desenvolvidas pela NASA.
No Brasil, a rede de pesquisadores está focada em desenvolver tecnologias para o cultivo de plantas no espaço, com ênfase em duas plantas-modelo: batata-doce e grão-de-bico. A escolha dessas plantas considerou a adaptabilidade a condições desafiadoras, como ambientes fechados, microgravidade e radiação cósmica.
Além disso, os pesquisadores estão buscando alternativas para o cultivo no espaço, considerando a escassez de recursos como água, luz e nutrientes. A utilização de técnicas como hidroponia e aeroponia, juntamente com a fertilização com microrganismos, estão sendo estudadas para garantir o sucesso do cultivo de plantas no espaço.
Com a colaboração de especialistas internacionais, como o engenheiro-agrônomo Wagner Vendrame, da Universidade da Flórida, que já teve experimentos enviados ao espaço em parceria com a NASA, a rede brasileira de pesquisadores pretende avançar no desenvolvimento de tecnologias para a agricultura espacial. A expectativa é que, com o apoio da AEB e de outras agências de fomento, o Brasil se torne um protagonista nesse campo emergente da ciência.