Volume de corpos de animais mortos preocupa autoridades em meio às enchentes no Rio Grande do Sul.

Na segunda semana de resgates em meio às chuvas que assolam o Rio Grande do Sul, o presidente do Conselho Regional de Medicina Veterinária do estado, Mauro Moreira, trouxe para a reunião da entidade um assunto delicado: o grande volume de corpos de animais mortos decorrentes das enchentes.

Após uma breve trégua nas chuvas e a redução do nível das águas na região central-norte do estado, milhares de carcaças de animais de rebanho, incluindo porcos, galinhas, aves, bichos de estimação e animais silvestres começaram a surgir. Centenas de veterinários voluntários têm se dedicado ao atendimento dos animais resgatados com vida, que chegam aos pontos de acolhimento com diversas necessidades, como lacerações, hipotermia, fome, doenças e lesões que requerem intervenções cirúrgicas.

Até o momento, mais de 10 mil animais foram resgatados pela Brigada Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros Militar no Estado. Muitos desses animais foram acolhidos por voluntários e entidades de proteção aos animais, porém, um grande número não resistiu às condições das enchentes. A situação se agrava pelo fato de que em algumas áreas a água ainda não baixou completamente, impossibilitando a contagem dos corpos.

A agropecuária, setor responsável por quase 40% da economia do Estado, também foi duramente afetada pelas enchentes. Em cidades como Rio Pardo, Vera Cruz e Cachoeira do Sul, estima-se que grande parte do gado tenha sido perdido, trazendo prejuízos irreparáveis para os produtores.

Além do impacto econômico, a preocupação agora se volta para o destino dos restos mortais dos animais, que podem se tornar focos de doenças infecciosas se não forem tratados adequadamente. A Secretaria do Meio Ambiente está em busca de locais apropriados para a destinação desses resíduos em parceria com os municípios, enquanto a prioridade no momento é garantir o bem-estar dos animais vivos e encaminhá-los para locais seguros.

Enquanto esforços são concentrados nos resgates e na assistência aos animais, a população enfrenta o drama de perder seus meios de vida e seus animais de estimação. A solidariedade tem sido fundamental nesse momento de crise, mas as autoridades e voluntários ainda enfrentam desafios para garantir o cuidado e o futuro dos milhares de animais afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.

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