Tragédia socioclimática no Rio Grande do Sul registra maior número de desalojados da história do Brasil, aponta análise da Folha.

A situação crítica causada pelas chuvas no Rio Grande do Sul é sem precedentes, com um número recorde de pessoas desalojadas de suas casas. De acordo com dados do Atlas Digital de Desastres no Brasil e do Sistema Integrado de Informações Sobre Desastres, ambos do Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional, o estado registrou 339.928 mil desalojados na sexta-feira.

Essa tragédia socioclimática se destaca como a pior do Brasil, com números alarmantes de pessoas afetadas. A análise da série histórica do governo federal desde 1991 revela que o Rio Grande do Sul superou todos os outros estados em termos de desalojamentos devido a eventos climáticos como chuvas intensas, inundações e vendavais.

Antes dessa catástrofe, o estado enfrentou fortes chuvas desde fevereiro, levando 30 municípios maranhenses a decretarem situação de emergência. O Rio Grande do Sul também enfrentou inundações nos rios Uruguai, Taquari e no lago Guaíba, resultando em números impressionantes de desabrigados e desalojados.

Especialistas apontam que as mudanças climáticas estão se tornando mais evidentes, com episódios de chuvas extremas se tornando mais frequentes devido ao aquecimento global. A falta de investimento em infraestrutura de contenção e o crescimento desordenado da população em áreas de risco contribuem para a gravidade dessas tragédias.

Como destacado por Rodrigo Paiva, do Instituto de Pesquisa Hidráulicas da UFRGS, a vulnerabilidade geográfica do Sul do Brasil torna a região propensa a cheias intensas. Estudos indicam que as enchentes recentes no Rio Grande do Sul foram ainda mais intensas do que as ocorridas no final do século 20, evidenciando os impactos das mudanças climáticas.

Diante desse cenário preocupante, a população e as autoridades locais devem estar preparadas para lidar com desastres naturais cada vez mais frequentes e intensos. A prevenção, o planejamento urbano adequado e o investimento em medidas de adaptação são fundamentais para minimizar os danos causados por eventos climáticos extremos.

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