COPOM DIVIDIDO: PRESIDENTE DO BC ANTECIPA DECISÃO QUE IGNORA “FORWARD GUIDANCE” E OPTA POR REDUÇÃO DE 0,25 PONTO

O Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por uma reviravolta na expectativa do mercado ao optar por um corte de apenas 0,25 ponto na taxa de juros, ignorando a orientação que previa uma redução de 0,5 ponto. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, já havia sinalizado essa decisão durante um seminário da XP Investimentos em Washington, em 17 de abril, após a alteração da meta fiscal.

O que se esperava era um corte de 0,5 ponto, mas as declarações de Campos Neto indicaram que a redução poderia ser menor. Isso levou o mercado a entender que a manutenção da taxa seria inapropriada diante do cenário econômico atual, levando à redução de 0,25 ponto.

A divisão do Copom foi evidenciada com cinco diretores, incluindo Campos Neto, optando pelo corte menor, enquanto os outros quatro votaram por uma redução maior de 0,5 ponto. Essa divergência gerou controvérsias, com alguns apontando que os diretores indicados pelo governo Bolsonaro adotaram uma postura mais severa, enquanto os indicados por Lula seguiram o que estava previamente anunciado pelo BC.

O fato de Campos Neto antecipar a decisão em um evento no exterior levantou questionamentos sobre a atuação do BC. Enquanto alguns criticam magistrados que participam de seminários fora do país, a divulgação antecipada da decisão sobre a taxa de juros pelo presidente da autoridade monetária parece ser encarada com mais naturalidade.

Diante dessas controvérsias, o Copom enfrenta desafios em justificar sua decisão e manter a credibilidade perante o mercado e a sociedade. A expectativa agora fica por conta dos próximos passos do Banco Central e como essa divisão interna pode impactar as futuras decisões sobre a política monetária do país.

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