Liberdade de imprensa em queda na Itália: país cai no ranking mundial e jornalistas da RAI entram em greve.

A liberdade de imprensa na Itália está sob ameaça, conforme aponta a ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF), que constatou uma piora nas condições do país em relação a seus vizinhos europeus. Segundo a RSF, a Itália caiu cinco posições no ranking mundial da liberdade de imprensa, passando de uma situação satisfatória para problemática.

Anteriormente, a Itália estava na mesma categoria que países da Europa Ocidental, como Alemanha, França e Espanha. No entanto, agora encontra-se no mesmo grupo que a Hungria, onde o primeiro-ministro Viktor Orbán controla a mídia com o apoio de aliados.

Enquanto a Itália caiu para o 46º lugar no ranking de 2024, divulgado recentemente, os outros cinco fundadores da União Europeia – Alemanha, Bélgica, França, Holanda e Luxemburgo – subiram de posição. Pavol Szalai, diretor da RSF responsável pela Europa, destaca que a independência das mídias pública e privada na Itália sempre foi um problema, mas se agravou no último ano.

O aumento de pressões políticas sobre os canais estatais e a presença de uma “lei da mordaça” em fase de implementação são apontados como razões para a queda no desempenho italiano. Além disso, o controle político na emissora de TV pública RAI tem gerado tensões, levando os jornalistas da empresa a entrarem em greve recentemente.

Durante a greve, que durou 24 horas, os jornalistas da RAI protestaram contra o controle asfixiante sobre o trabalho jornalístico e as condições de trabalho impostas pela cúpula da emissora. O movimento recebeu apoio de outros sindicatos e de veículos de comunicação privados, evidenciando a preocupação com a liberdade de imprensa na Itália.

No entanto, para a oposição, a RAI se tornou um instrumento do governo, refletindo a polarização política que afeta o setor da comunicação no país. O desafio, segundo Szalai, é evitar a “orbanização” da Itália e promover reformas que garantam a independência editorial e financeira dos meios de comunicação, alinhadas com padrões europeus de liberdade da imprensa. A situação na Itália evidencia a importância de proteger e fortalecer a liberdade de imprensa como pilar da democracia.

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