Bernardes é lembrado por instituir, há 100 anos, o feriado nacional do Dia do Trabalhador, através do decreto de 26 de setembro de 1924. Esse movimento foi inspirado em acontecimentos internacionais, como o movimento grevista em Chicago, nos Estados Unidos, em 1886. Apesar de sua relação ambígua com o movimento operário, o presidente promulgou a Lei Elói Chaves, que estabeleceu caixas de pensões e aposentadorias nas ferrovias e outras empresas, além de criar o Conselho Nacional do Trabalho para discutir questões trabalhistas.
A relação entre o governo Bernardes e o proletariado foi marcada por tensões, repressão e tentativas de aproximação assistencial. No entanto, o presidente não tinha uma plataforma política voltada para o mundo do trabalho, mas foi pressionado a fazer concessões aos operários para manter sua base de apoio política. Em meio a um contexto de repressão e perseguição a líderes sindicais, anarquistas e comunistas, o governo de Bernardes lidou com uma série de desafios, culminando em um estado de sítio declarado.
O contexto histórico do Brasil nos anos 1920 refletia a Primeira República, com diversas correntes de militância operando no país. A criação da OIT em 1919 e as pressões internacionais impulsionaram a elaboração de legislações trabalhistas para melhorar as condições de vida e trabalho. Apesar das turbulências e da tensão social durante o governo de Bernardes, o feriado do Dia do Trabalhador acabou sendo um esforço para apaziguar as tensões e reconhecer a importância do operariado na sociedade da época.