A fragilidade do apoio parlamentar do novo governo, que assumiu o poder em 2 de abril após eleições antecipadas, tem gerado incertezas quanto à sua sobrevivência. Desde o início, o primeiro-ministro Luís Montenegro afirmou que não faria acordos com o partido de ultradireita Chega, o que tem complicado as negociações devido à expressiva bancada da legenda populista no Parlamento. Sem o Chega, os partidos de direita contam com 88 deputados, três a menos do que a soma das esquerdas, o que tem obrigado o governo a buscar apoio entre as oposições, principalmente do Partido Socialista.
O primeiro desafio enfrentado pelo governo foi a eleição do presidente do Parlamento, em que enfrentou dificuldades para conseguir aprovação de seu indicado. A solução intermediária encontrada prevê a divisão da liderança da Casa com os socialistas. O próximo teste será a aprovação do Orçamento de Estado para 2025, sendo crucial para a estabilidade do governo. Um eventual fracasso na aprovação do orçamento poderia resultar na convocação de eleições antecipadas, como ocorreu no final de 2021 sob a gestão do então premiê António Costa.
Diante desse cenário de incertezas e negociações delicadas, o futuro do governo de Luís Montenegro permanece uma incógnita para os portugueses, que aguardam os desdobramentos políticos com expectativa.