O resultado do mês passado contrariou a mediana das expectativas do mercado financeiro, que projetava um superávit de R$ 1,4 bilhão, conforme levantamento do Projeções Broadcast. No entanto, o déficit de março ficou dentro do intervalo das estimativas, que variavam entre um déficit de R$ 4,49 bilhões e um superávit de R$ 8,5 bilhões.
No acumulado do ano até março, o Governo Central registrou um superávit de R$ 19,431 bilhões, o que representa o pior resultado para o período desde 2020. Em igual período do ano passado, o superávit era de R$ 31,209 bilhões em termos nominais.
As receitas apresentaram uma alta real de 8,5% em março em relação ao mesmo mês do ano passado. Já as despesas subiram 4,3% descontada a inflação. Em 12 meses até março, o Governo Central acumula um déficit de R$ 247,4 bilhões, correspondente a 2,2% do PIB. As despesas obrigatórias no mesmo período somaram 18,3% em relação ao PIB, enquanto as discricionárias do Executivo chegaram a 1,7% do PIB.
Para o ano de 2024, o governo possui duas metas principais: atingir um resultado primário neutro, permitindo uma variação de 0,25 ponto porcentual para mais ou menos; e limitar as despesas em R$ 2,089 trilhões. No Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas publicado em março, o Ministério do Planejamento e Orçamento estimou um resultado deficitário de R$ 9,3 bilhões para este ano, equivalente a 0,1% do PIB.
A composição das contas do Governo Central revela um superávit primário de R$ 20,008 bilhões nas contas do Tesouro Nacional em março. O INSS, por sua vez, apresentou um déficit de R$ 21,535 bilhões no mesmo mês, enquanto as contas do Banco Central tiveram um déficit de R$ 17 milhões em fevereiro e de R$ 123 milhões nos três primeiros meses de 2024. Ao considerar esses números, fica evidente a necessidade de uma gestão responsável das contas públicas para garantir a estabilidade econômica do país.