Paulo Totti costumava dizer que o jornalismo era sua cachaça, tamanho era seu amor pela profissão. Ele faleceu na manhã desta sexta-feira em Salvador, onde estava internado há dez dias por problemas pulmonares. O amigo e também jornalista Marcelo Pontes o descreve como um mestre do texto, que ensinava de forma única, completando perfis e cenários com detalhes que pareciam inúteis, mas que faziam toda a diferença.
Gaúcho de Veranópolis, Totti teve sua primeira experiência no jornalismo aos 14 anos como redator de notícias em uma rádio. Depois, estudante de direito, fez parte da UNE e começou a carreira como repórter na Última Hora, de Samuel Wainer. Ao longo de sua trajetória, Totti passou por diversas redações e se destacou em cada uma delas.
Na revista Veja, fez parte da equipe na criação da revista e passou pela redação em Porto Alegre até chegar a São Paulo. Foi preso durante a ditadura militar por atividades subversivas, mas retornou à ativa em 1968. Atuou também no jornal O Globo, foi correspondente em diversos países pela Gazeta Mercantil e recebeu um Prêmio Esso como repórter especial do Valor Econômico.
Além de sua carreira jornalística, Totti também atuou em assessorias de imprensa e deixou um legado de artigos semanais para o MyNews. Com sua partida, deixa não apenas uma carreira exemplar, mas também uma família e amigos que o lembrarão com carinho e saudade. Que a sua contribuição para o jornalismo seja sempre lembrada e inspiradora para as futuras gerações.