Segundo Thomas Curran, autor do livro “A Armadilha da Perfeição”, vivemos em uma era hipercomparativa, onde a pressão por ser perfeito se inicia desde a infância e se intensifica ao longo da vida, seja na escola, no trabalho ou nas redes sociais. Esse constante sentimento de insuficiência tem levado a um aumento significativo nos níveis de depressão, ansiedade e outros problemas de saúde mental.
Curran, doutor em psicologia, identifica três tipos de perfeccionismo: o orientado a si, com padrões pessoais excessivamente altos; o orientado aos outros; e o prescrito socialmente, que reflete as demandas do ambiente em buscar a perfeição. É justamente este último tipo que tem se propagado na cultura moderna, influenciando negativamente a vida das pessoas.
O autor atribui esse crescimento do perfeccionismo não apenas a questões pessoais, mas também a um fenômeno cultural mais amplo, onde a sociedade como um todo passou a valorizar a perfeição como um ideal inatingível. Com o advento das redes sociais, essa pressão se intensificou, levando à comparação constante com um padrão inalcançável de sucesso e felicidade.
No entanto, Curran não responsabiliza apenas as redes sociais por esse problema, mas também o sistema econômico em que estão inseridas. Para ele, a busca pela perfeição é reflexo de uma mentalidade enraizada na cultura contemporânea, que exige cada vez mais excelência em todos os aspectos da vida.
Diante desse cenário alarmante, o autor propõe uma reflexão sobre os efeitos nocivos do perfeccionismo e sugere caminhos tanto individuais, como a aceitação dos fracassos como parte do processo de crescimento, quanto coletivos, como mudanças na forma como medimos o progresso e a implementação de uma renda básica que possa reduzir o medo do fracasso na sociedade.
Em suma, “A Armadilha da Perfeição” lança luz sobre um problema contemporâneo que merece ser discutido e enfrentado com seriedade, abrindo espaço para um debate mais amplo sobre a necessidade de repensar os padrões de excelência que regem nossa sociedade.