Brasil possui 28 milhões de hectares de áreas de pastagens em degradação com potencial para novas atividades econômicas, aponta estudo da Embrapa

O Brasil enfrenta o desafio da degradação de áreas de pastagens, que totalizam pelo menos 28 milhões de hectares, equivalente ao tamanho do estado do Rio Grande do Sul. Essas áreas degradadas possuem potencial para serem convertidas em agricultura, reflorestamento, aumento da produção pecuária ou até para a produção de energia. O cerrado é o bioma mais afetado, com os estados do Mato Grosso, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Pará liderando em áreas degradadas.

Uma alternativa interessante para reutilização dessas áreas é o cultivo de grãos, como arroz, feijão, milho, trigo, soja e algodão. Se todas as áreas em degradação fossem utilizadas para esse fim, haveria um aumento de 35% na área total plantada no Brasil, comparado com a safra 2002/2023.

Diante desse cenário, o governo federal criou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis, com o intuito de promover a recuperação dessas áreas e explorar seu potencial econômico. A Embrapa, através de um livro com mais de 30 sugestões de políticas públicas, apresentou caminhos para o uso sustentável dessas áreas.

No entanto, implementar o programa é um desafio, pois exige planejamento específico para cada local. É necessário considerar o ambiente, infraestrutura, meio ambiente e questões socioeconômicas. Além disso, é essencial oferecer condições aos produtores, como crédito, capacitação e assistência técnica.

A cerimônia de comemoração dos 51 anos da Embrapa contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que destacou o papel fundamental da empresa no crescimento da agricultura nacional. No Brasil, a atividade agropecuária emprega mais de 15 milhões de pessoas, sendo um terço desses empregos relacionados à pecuária bovina, o que reforça a importância do setor para a economia nacional. O país é o segundo maior produtor de carne bovina do mundo e o maior exportador, demonstrando a relevância do agronegócio para a balança comercial brasileira.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo