A tempestade resultou em 22 mortes em Omã e quatro nos Emirados Árabes Unidos, onde as chuvas recorde provocaram inundações e caos em Dubai, impactando também o tráfego aéreo com mais de 1.200 voos cancelados. A professora Sonia Viratne, da Universidade ETH de Zurique e membro do WWA, destacou que mesmo regiões secas podem ser fortemente impactadas pelas precipitações, aumentando a ameaça com o aquecimento global.
O estudo feito pelo grupo internacional de cientistas considerou dados históricos e modelos climáticos para estudar a evolução das precipitações na região, levando em conta os episódios de El Niño. De acordo com os pesquisadores, as chuvas extremas foram menos intensas nos anos anteriores ao aquecimento de 1,2°C do planeta acima dos níveis pré-industriais.
A pesquisadora Mariam Zachariah, do Imperial College de Londres, explicou que as precipitações extremas aumentaram pelo menos 10% nos Emirados Árabes Unidos e Omã, devido ao fato de uma atmosfera mais quente poder reter mais umidade. As chuvas torrenciais caíram primeiro sobre Omã, antes de atingirem os Emirados Árabes, onde quase dois anos de precipitação ocorreram em apenas um dia, paralisando uma parte do país.
Após a tempestade, surgiram questionamentos sobre a possível influência da semeadura de nuvens, processo realizado frequentemente pelos Emirados Árabes para aumentar a precipitação. No entanto, a agência de meteorologia dos Emirados afirmou que não havia realizado essas operações antes da tempestade.
Ambos os países afetados enfrentam problemas com sistemas de drenagem insuficientes para lidar com chuvas intensas, resultando frequentemente em alagamentos e caos durante as precipitações. A situação evidencia a necessidade de medidas mais eficazes para lidar com eventos climáticos extremos em regiões vulneráveis como os Emirados Árabes Unidos e Omã.